Em 14 de junho de 2016, Clodiodi de Souza (26), líder indígena e defensor dos direitos humanos, da tribo Guarani-Kaiowá foi morto à tiros durante uma invasão, supostamente realizada por forças paramilitares, no assentamento indígena Tey Jussu. O assassinato ocorreu no estado do Grosso do Sul (MS) localizado no município brasileiro de Caarapó.
De acordo com fontes locais, os assassinos alegadamente agiam sob as ordens de fazendeiros locais. Embora o território pertencente ao povo Guarani-Kaiowá seja constitucionalmente protegido, os fazendeiros locais se sentem particularmente ameaçados pelas ações dos indígenas, que veem como obstáculo o desenvolvimento de uma agricultura de grande escala, com plantações de soja e agronegócios.
De acordo com o Conselho Missionário Indígena (CMI), uma organização que defende os direitos dos indígenas no Brasil; desde agosto de 2015, mais de 20 ataques de grupos paramilitares contra assentamentos Guarani-Kaiowá foram registrados no estado de Mato Grosso do Sul.
O CIMI exige que o Ministério da Justiça tome medidas imediatas e efetivas para parar os ataques paramilitares contra comunidades indígenas em Mato Grosso do Sul.
Esta última chacina se enquadra no padrão consistente de homicídios de ativistas indígenas e de direitos da terra. Em seu relatório anual para 2016, a Front Line Defenders informou que mais da metade dos assassinatos de Defensores de Direitos Humanos nas Américas são de defensores trabalhando em questões de direitos ambientais, indígenas ou de terra.
A Front Line Defenders está acompanhando de perto os casos de outros líderes indígenas ameaçados no Brasil, mais recentemente os casos do Dr. Tonico Benites, o Cacique Babau (também conhecido como Rosivaldo Ferreira da Silva) e o Sr. Paulino Terena. Esses defensores foram alvo de ameaças de morte, tentativas de assassinato, assédio judicial, prisões arbitrárias e detenções arbitrárias como consequência direta de seu trabalho para proteger os direitos humanos de suas comunidades.