Edilene e seu marido Isaque Dias Ferreira, moravam no acampamento 10 de Maio, no município de Alto Paraíso, estado de Rondônia. Os defensores de direitos humanos, casados e com uma filha de apenas sete anos, eram ambos membros da Liga dos Camponeses Pobres de Rondônia e da Amazónia Ocidental (LCP) e lutavam há já muito tempo pelo direito à terra de muitas famílias da região.
Ela com 32 e ele com 34 anos, eram um casal de agricultores muito activo na comunidade, participando frequentemente em reuniões da Comissão Nacional de Combate à Violência no Campo e na Cidade, vinculada à Ouvidoria Agrária, e em vários outros eventos sobre os direitos dos camponeses.
O jovem casal denunciava, também, actos criminosos cometidos por latifundiários da zona e havia já recebido várias ameaças de morte.
Dia 13 de Setembro de 2016, quando Edilene e Isaque se dirigiam para o seu lote de terra, foram vítimas de uma emboscada e atingidos por tiros de espingarda. O casal não resistiu aos ferimentos e acabou por perder a vida no local.
Lamentavelmente, os nomes dos dois líderes comunitários foram acrescentados a uma larga lista de vítimas ligadas à luta pela terra no estado Rondônia.
Num triste e sentido comunicado, a LCP relembra que o casal participara em vários encontros da Liga e que, em 2014, no VI Congresso, Isaque foi eleito coordenador, juntamente com o seu companheiro Enilson Ribeiro, também assassinado em 2016.
O casal não será esquecido e estará para sempre ligado à defesa dos direitos humanos. Nas palavras da LCP:
“Companheira Edilene, presente na luta!
Companheiro Isaque, presente na luta!”