Humberto Peixoto, 37 anos, liderança indígena de Manaus da etnia Tuyuca do povo Utãpinopona, foi brutalmente agredido a pauladas por um grupo de homens no dia 02 de dezembro de 2019 quando voltava para casa no Bairro Coroado na Zona Leste de Manaus.
Humberto ficou internado em estado grave por cinco dias, mas não resistiu, vindo a óbito no dia 07 de dezembro de 2019. Ele deixa esposa e uma filha de 5 anos.
Humberto era conhecido por sua dedicação à causa indígena. Ele trabalhava na Cáritas Arquidioceseana como assessor da Pastoral Indigenista da Arquidiocese de Manaus (PIAMA) e como assessor da Associação das Mulheres Indígenas do Alto do Rio Negro (AMARN). Além disso, ele era membro do COPIME (Coordenação dos Povos Indígenas de Manaus e Entorno) e representava os povos indígenas como conselheiro suplente no Conselho Municipal de Manaus.
Segundo Marcivana Satere Mawé, também integrante do COPIME: “a forma brutal como se deu a morte, através de espancamento, demonstra hoje um ódio que está sendo propagado contra os indígenas em todo o Brasil”.
A morte de Humberto Peixoto vem um dia após a emboscada a indígenas da etnia Guajajara no Maranhão que deixou dois mortos e dois feridos. Estes ataques acontecem em um momento de acirramento dos conflitos por questões ambientais e de terra no Brasil, devido as políticas do governo, incluindo ameaças a fiscais e o desmantelamento dos órgãos de fiscalização da Amazônia.