Fonte Russia Today
Um colaborador da Fundação Nacional do Índio (Funai), Maxciel Pereira dos Santos, foi morto com dois tiros no pescoço na cidade de Tabatinga, no estado brasileiro do Amazonas, perto da fronteira com o Peru e a Colômbia.
“Ele foi assassinado a sangue frio em uma avenida movimentada e em frente à família”, denuncia a associação Indigenistas Asociados (INA), composta por trabalhadores da Funai, organização governamental responsável por promover e proteger os direitos dos povos indígenas.
Aparentemente, no momento do assassinato, Santos estava dirigindo uma motocicleta e sua esposa e enteada testemunharam sua morte. “Há indícios de que esse crime bárbaro ocorreu em retaliação por suas ações no combate às práticas ilegais na Terra Indígena”, afirma o INA.
Santos trabalha na Terra Indígena Vale do Javari há 12 anos, onde vive o maior número de índios isolados do mundo e, segundo a associação, desde o ano passado foi atacado “em nada menos que quatro ocasiões”. “É um objetivo permanente das organizações criminosas dedicadas à exploração ilegal de caça, pesca, madeira e ouro”, diz a associação.
A vítima, que chefiava o Serviço de Gestão Ambiental e Territorial há cinco anos, coordenava atualmente a unidade da Frente de Proteção Etnoambiental do Vale do Javari, responsável pelas ações de vigilância e fiscalização.
Santos trabalhava principalmente na base instalada nos rios Itacoaí-Ituí, a cerca de 40 quilômetros da cidade de Atalaia, segundo o jornal Folha de S. Paulo. O objetivo da base é impedir que invasores entrem na reserva indígena, que possui mais de 8,5 milhões de hectares e onde vivem cerca de 5.000 índios de sete etnias diferentes e mais de 10 grupos isolados.
O último ataque foi em 19 de julho, quando caçadores clandestinos atiraram na base onde estavam 12 trabalhadores da Funai. Nenhum foi ferido.
O INA alerta que os defensores das terras indígenas agem “sob condições precárias insuficientes”. “Eles estão cada vez mais ameaçados e vulneráveis”, explica a associação, que pede às autoridades “proteção”. A polícia está investigando se o assassinato está relacionado ao trabalho de Santos na Funai