Ruan Hildebran Aguiar, 18, foi visto pela última vez no dia 31 de Janeiro de 2016. Ruan era membro da Liga dos Camponeses Pobres e membro do assentamento “Terra Nossa”, onde vivia. Este assentamento era a ocupação da fazenda Tucumã, em Cujubim – Rondônia.
Em Janeiro de 2016, o grupo sem-terra do qual Ruan fazia parte deixou a ocupação em razão da reintegração de posse concedida ao dono da área por determinação da justiça. Após a reintegração, cinco ex-ocupantes voltaram ao local sob a alegação de que iam buscar objetos deixados na área. De acordo com testemunhas, ao deixarem o local os cinco ex-ocupantes foram emboscados por um grupo armado. Todos os cinco tentaram fugir, foram perseguidos pelo grupo e somente três conseguiram escapar.
Ruan Hildebrandt de Aguiar fazia parte das cinco pessoas perseguidas, até hoje não foi encontrado e foi dado como morto. Em 01 de Fevereiro de 2016, um corpo carbonizado foi encontrado dentro de um carro. O resultado de exames de DNA comprovou que o corpo era de Alysson Henrique de Sá Lopes. Todavia, devido às condições do corpo, a perícia não conseguiu identificar a causa definitiva da sua morte. Os outros três conseguiram fugir, embora um deles, Renato de Souza Benevides, tenha sido assassinado em Março de 2017.
Em 03 de Fevereiro de 2016, foi apreendida na fazenda Tucumã uma caminhonete com uma metralhadora, quatro espingardas, um revólver, munição, fardamento e GPS. O proprietário da fazenda Tucumã, Paulo Iwakami (Paulo Japonês), seu gerente Sérgio Suganuma, e os seguranças Rivaldo de Souza, Moisés Ferreira de Souza e Jonas Augusto dos Santos Silva são acusados de matar Allyson e Ruan, e de tentarem matar outras três pessoas. O julgamento estava previsto para ser iniciado em 15 de Agosto de 2017, em Ariquemes. Entretanto, foi adiado para Outubro de 2017, pois o advogado de um dos réus não compareceu à sessão de abertura do julgamento e outro renunciou ao mandato.
A família de Ruan sofre com o desaparecimento do filho e espera por notícias sobre o jovem. Em 05 de Fevereiro de 2016, as buscas foram suspensas pelos órgãos de segurança pública, mas os pais de Ruan pedem para que as buscas continuem. O pai de Ruan, Gilmar Ramos, assim que soube sobre a suspensão das buscas, afirmou “nestes quatro dias que ele esta perdido, tanto pode estar perto ou também longe de onde estavam, e nós queremos saber do paradeiro do nosso filho”. A mãe de Ruan, Clarice Hildebrant, conta que o filho estava muito feliz antes de sair de casa para ir até a fazenda com os outros quatro amigos. E desabafa: “ele só foi lá para buscar as coisas dele e retornar para casa, mas não foi o que aconteceu, a gente não sabe se ele está vivo ou ferido, o que a gente quer é ele de volta, se não for vivo, pelo menos o corpo dele”.