Sob o comando da União Democrática Ruralista (UDR) pistoleiros armados chegaram no acampamento do MST em Marilena, Paraná, onde viviam 300 famílias, para realizar um despejo forçado.
Os acampados foram arrancados a base de tiros, insultos e agressões de suas barracas de lona e foram obrigados a se deitarem no chão, com o rosto virado para baixo. Sebastião Camargo, um dos integrantes do MST, tinha problemas de coluna e não conseguia permanecer de cabeça baixa e, por essa razão, o presidente da UDR com medo de ser reconhecido assassinou Sebastião Camargo com um tiro de escopeta calibre 12 na cabeça.
Segundo informações, cerca de 30 pistoleiros participaram da ação e cerca de 17 pessoas ficaram feriadas. Passados alguns anos, três pessoas foram condenadas pela morte do agricultor e no final de 2016 Marcos Prochet, presidente da UDR, foi condenado à 15 anos de prisão.
Pela demora injustificada na conclusão do Inquérito policial o caso foi denunciado à CIDH2 e, em 2009, o brasil foi responsabilizado pelas violações de direitos humanos ocorridas. Em 2016 o estado do Paraná fez uma reparação simbólica à família, em um ato solene com pedido formal de desculpas e a entrega de um cheque a titulação e indenização pelo assassinato do agricultor.
Sobre a vítima – Integrante do MST, tinha 65 anos e cinco filhos, uma esposa e grande parte de sua vida foi dedicada à luta pela terra. Viveu no Paraguai boa parte de sua vida trabalhando na terra de outras pessoas como arrendatário. Voltou ao Brasil em 1995 para integrar o MST.