Na tarde do dia 7 de abril de 2016, duas equipes da Polícia Militar do Paraná, acompanhadas de seguranças da empresa Araupel, atacaram um grupo de sem terras do acampamento Dom Tomás Balduíno, na região de Quedas do Iguaçu, no Paraná. Um grupo de cerca de 30 trabalhadoras rurais se dirigia até um dos portões que dá acesso aos fundos do acampamento Dom Tomás Balduíno, quando foi surpreendido por policiais acompanhados de um segurança da empresa Araupel, que começaram a disparar com armas de munição letal em direção aos trabalhadores. A polícia militar disparou 128 tiros. Os trabalhadores, desarmados, corriam em direção à floresta, tentando salvar suas vidas. Na ocasião foram assassinados os Senhores Vilma Bordim e Leomar Bhorbak, sete outros trabalhadores rurais ficaram gravemente feridos.
Esse evento tem relação com o surgimento do acampamento do MST Dom Tomás Balduíno, no Paraná, em meados de 2014, construído na área em que funcionam as atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto. Em 2015, a Justiça Federal de Cascavel declarou que, em função da grilagem realizada pela empresa Araupel, as terras do acampamento seriam públicas, pertencendo à União e portanto deveriam ser destinadas para reforma agrária.
O MST está na região há quase 20 anos e sempre atuou de forma organizada e pacífica para que houvesse o avanço da reforma agrária, reivindicando que a terra cumpra a sua função social. O acampamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) estava organizado com aproximadamente 1,5 mil famílias.