Marinalva Manoel vivia em Ñu Verá, uma comunidade de 28 famílias Guarani Kaiowá que lutam para que a terra onde vivem e trabalham seja reconhecida como pertencente a um povo indígena.
A comunidade está reivindicando uma área de aproximadamente 600 hectares. Apesar de o processo legal de reconhecimento estar em estágio avançado, as comunidades estão sob muita pressão de fazendeiros locais que contestam sua reivindicação, e também de empreiteiras, que querem ter a terra para construção de empreendimentos, já que ela fica próxima à cidade.
Marinalva era integrante do Grande Conselho Guarani-Kaiowá Aty Guassu dos Guarani Kaiowá. Duas semanas antes de ser morta, Marinalva foi a Brasília como parte de uma delegação de lideranças representando povos indígenas. Eles/as haviam acampado em frente ao Supremo Tribunal Federal para protestar contra a proposta de reverter a decisão de conceder a terra aos Guarani Kaiowá.
Marinalva havia denunciado repetidamente o recente aumento de ameaças por parte de fazendeiros locais ou de pessoas empregadas por eles. Na manhã de 1 de novembro de 2014, o corpo de Marinalva foi encontrado na beira de uma estrada com vários ferimentos por faca. Em seu comunicado de imprensa, a ONG Mulheres a descreveu como “uma mulher jovem obstinada que ousou defender os direitos dos povos indígenas, inclusive o de garantia à terra, e de sua ancestralidade”