Adenilson Kirixi Munduruku foi morto no dia 07/11/2012 durante a Operação Eldorado, uma mega ação de desmantelamento de esquemas de garimpagem ilegal em territórios indígenas, que deveria destruir balsas de garimpo que atuavam ilegalmente nas Terras Indígenas Munduruku e Kayabi.
Houve desentendimento entre o Cacique e o Delegado responsável pela operação. Este último empurrou o Cacique e, em reação um dos indígenas empurrou o braço do delegado que caiu na água. Vários policiais começaram a atirar contra os indígenas que estavam no local. Três tiros acertaram as pernas da vítima Adenilson Kirixi, que perdeu o equilíbrio, caindo na água. Nesse momento o delegado, que ainda estava dentro da água, deu um tiro na cabeça da vítima, que já caiu morta e afundou no rio.2 O corpo só foi resgatado no outro dia e, posteriormente houve sua exumação, confirmando que Adenilson foi morto pelo quarto tiro, na nuca, isto é, foi executado.
Sobre o caso: A Operação Eldorado, foi deflagrada contra esquemas de garimpagem ilegal em territórios indígenas, e deveria destruir balsas de garimpo que atuavam ilegalmente nas Terras Indígenas Munduruku e Kayabi. Apesar de ter sido realizada reunião entre policiais e indígenas, para buscar entendimento sobre como seria feita a destruição de balsas com dragas de garimpo, antes da concordância dos indígenas um grupo de agentes foi à aldeia para a destruição de uma das balsas ancoradas no rio Teles Pires.
Ao tomarem conhecimento que a operação policial iria ser feita, alguns indígenas tentaram retirar do interior da balsa a ser destruída bens que poderiam ser aproveitados pela comunidade, como geladeira, fogão e freezer. Essa iniciativa ocasionou desentendimento entre os policiais e os indígenas, que acabaram sendo atacados a tiros, com bombas de gás lacrimogêneo e bombas de efeito moral. Vários indígenas ficaram feridos – alguns com sequelas permanentes – e o índio Adenilson Kirixi Munduruku foi assassinado.
Adenilson Kirixi Munduruku, pertencente à etnia Munduruku, vivia na Aldeia Teles Pires. Seu povo possui constante conflito com empresários, latifundiários do agronegócio e empreiteiras construtoras de mega-hidrelétricas nos rios Teles Pires, Xingu e Madeira, entre outros. Assim, Adenilson morreu em conflito defendendo seu território contra mais um ataque, este advindo do próprio Estado Brasileiro.
Em novembro de 2012 mais de 100 entidades da sociedade civil apresentaram representação ao MPF pedindo apuração do que houve na Aldeia Teles Pires e atribuindo a responsabilidade pela morte de Adenilson o Estado Brasileiro.
Somente em julho de 2014 o MPF denunciou à Justiça Federal em Itaituba o delegado da Polícia Federal (PF) Antônio Carlos Moriel Sanches pelo crime de homicídio qualificado contra Adenilson Kirixi Munduruku. Contudo, em novembro de 2014, a Justiça Federal de Itaituba proferiu sentença absolvendo sumariamente o delegado Antônio Carlos Moriel Sanches, sob o fundamento de que ele teria agido em legítima defesa.7 Contra a sentença, o MPF apresentou recurso de apelação. Em consulta à movimentação processual ainda não se verificou a existência de decisão.
Em novembro de 2016, o MPF ingressou com ação na justiça cobrando 10 milhões da União pela ação policial que feriu e matou indígenas.