No dia 22 de maio de 2016, foram encontrados os corpos do casal Cleidiane Alves Teodoro, 14 anos, e Luiz Carlos da Silva, 25 anos, boiando no rio Candeira, região do Vale do Jamari, em Buritis. Os corpos apresentavam tiros na cabeça e cortes no abdômen.
Cleidiane e Luiz Carlos eram as lideranças do Acampamento Luiz Carlos (assim denominado em homenagem a outro camponês desaparecido em 2014) e por este motivo o casal teria sido assassinado. O Acampamento fica situado na área da Fazenda Fluminense, em Monte Negro, região assolada por conflitos agrários advindos da tensão entre latifundiarios e camponeses, que lutam pela reforma agrária na região.
O assassinato de Cleidiane e sue companheiro, Luiz Carlos, não foi um incidente isolado. Infelizmente, esse assassinato se enquadra em um cenário de aumento da violência contra defensores de direitos humanos no Brasil, especialmente contra defensores do direito à terra. De acordo com Comissão Pastoral da Terra, 21 pessoas foram assassinados devido aos conflitos agrários somente em 2016 no estado de Rondônia. No total, 61 defensores foram mortos no Brasil no ano de 2016 em função de conflitos agrários. Esses números ressaltam a enorme coragem dessas comunidades de sem-terra que lutam pelos seus direitos e enfrentam latifundiários, apesar de todas as ameaças e violência sofridas.