Em 24 de maio de 2017, dez trabalhadoras e trabalhadores rurais foram mortos/as no município de Pau d’Arco, no estado do Pará, durante uma operação combinada das Polícias Militar e Civil. A ação aconteceu na fazenda Santa Lúcia, que mais uma vez for a ocupada por sem-terra. As famílias estão lutando para que a terra seja redistribuída no âmbito do programa de reforma agrária.
Entre os/as mortos/as estava Jane Júlia de Oliveira, liderança do acampamento, a única mulher assassinada naquele dia. Jane Júlia de Oliveira havia sugerido que o grupo ficasse onde estava. Ela acreditava que a polícia não iria procurá-los na chuva, mas estava enganada.
De acordo com uma testemunha: “Enquanto o grupo estava sob uma lona esperando a chuva parar, a polícia chegou atirando, enquanto corriam e gritavam que todos iriam morrer. Eu fugi, mas ela ficou sentada lá. Eu não sei se eles a mataram sentada, só me lembro que eles estavam dizendo: levante-se para morrer, puta velha, vagabunda, vadia. Então eles sorriram e atiraram nela”.
Embora pouco se saiba sobre quem era Jane, está claro que sua liderança era uma fonte de esperança para uma
comunidade sofrida. Sua força e empenho não serão esquecidos.