José Raimundo Mota de Souza Júnior, conhecido como Júnior, 38 anos, casado, filho caçula de uma família de 10 irmãos na Comunidade Quilombola de Jiboia, município de Antônio Gonçalves – Bahia. Na tarde de 13 de julho de 2017, Júnior estava trabalhando no campo com um irmão e um sobrinho quando foi surpreendido por 4 homens armados que chegaram em um carro já atirando. Júnior morreu com 10 tiros, enquanto o irmão e sobrinho foram agredidos com socos e forçados a deitar no chão, mas conseguiram sobreviver. Durante a fuga, os atacantes gritaram ameaças e atiraram para o alto.
Júnior era o coordenador regional do Movimento dos Pequenos Agricultores na Bahia e estava fazendo cursos de liderança comunitária e Direito a fim de contribuir na luta pela regularização das terras em sua comunidade.
Segundo o INCRA, o processo de regularização fundiária da Comunidade Quilombola de Jiboia estava em estado avançado e os proprietários de imóveis rurais inseridos no perímetro da comunidade já haviam sido informados do processo de expropriação. Por isso, acredita-se que o assassinato de Júnior tenha sido motivado pela sua luta em prol da reforma agrária.
O Brasil é um dos países mais perigosos do mundo para ser um defensor da reforma agrária. Sendo que o governo tem falhado sistematicamente em endereçar o problema.