Marcos Arokona Yanomami é um dos mais recentes membros do povo Yanomami a ser morto por garimpeiros ilegais.
Um conflito na Terra Indígena Yanomami resultou na morte de dois jovens indígenas, de 20 e 24 anos, em Roraima. As vítimas foram baleadas no meio da floresta por garimpeiros armados, segundo o Conselho Distrital de Saúde Indígena Yanomami e Ye’kuana (Condisi-Y).
Em 12 de junho de 2020, Original Yanomami, 24, e Marcos Arokona, 20 estavam caçando na floresta com um grupo de 5 Yanomani quando encontraram um grupo de garimpeiros ilegais perto de uma pista de pouso clandestina. Segundo nota divulgada pela Associação Yanomami Hutukara, ogrupo se aproximou do acampamento dos garimpeiros para pedir comida, mas quando os garimpeiros viram os Yanomami abriram fogo e acertaram um dos indígenas.
Os 5 correram para a floresta, mas os garimpeiros os seguiram e abriram fogo novamente acertando um segundo membro do grupo. O ataque ocorreu na comunidade da Maloca do Macuxi, na região do rio Parima, município de Alto Alegre.
Estima-se que 20 mil mineiros garimpem ouro ilegalmente nas terras Yanomami em meio à pandemia do coronavírus, que infectou mais de 160 pessoas e matou cinco membros da tribo. No dia 3 de julho de 2021, um Juiz Federal determinou que o governo deve, com caráter de urgência, implementar um plano para proteger os Yanomami da COVID, incluindo a remoção dos 20.000 mineiros.
A invasão de garimpeiros e a consequente escalada de violência foram exacerbadas por declarações pró-mineração ilegal do Presidente Bolsonaro e a introdução de uma nova legislação para reduzir as proteções ambientais e a restrição de poder de organizações pró-indígenas, como a FUNAI, que protegem os direitos dos povos indígenas.