Marcus Vinicius de Oliveira, também conhecido como Marcus Matraga, 57, era professor aposentado da Universidade Federal da Bahia (UFBA) e atuava na luta antimanicomial e na mediação de conflitos de terras na região do Recôncavo Baiano. Nascido em Minas Gerais, Marcus era casado com Marta Melo. Marcus era mestre em Saúde Pública pela UFBA e doutor em Saúde Coletiva pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ).
Marcus foi assassinado no dia 04 de Fevereiro de 2016, com um tiro na cabeça, após ser sequestrado no município de Jaguaripe – BA. O assassinato ocorreu em Pirajuía, município próximo a Salinas das Margaridas. Marcus foi sequestrado por dois homens que teriam ido à sua residência informando que uma amiga dele estava passando mal. Um dos assassinos se passou por neto da amiga da vítima. Assim que Marcus deixou sua casa, foi rendido e levado pelos criminosos para uma estrada onde acabou por ser assassinado. O veículo utilizado no crime, uma picape S10 verde, foi encontrado no dia seguinte ao assassinato.
A polícia não divulgou os nomes dos suspeitos para não atrapalhar as investigações. A hipótese é que o crime esteja relacionado com a atuação recente de Marcus na mediação de conflitos de terras na região onde vivia. Em Agosto de 2016, seis meses após o assassinato, o inquérito policial estava em processo de finalização para ser entregue ao Ministério Público. Em Outubro de 2016, dois homens foram presos apontados como os mentores do crime, sendo um deles o autor do disparo que matou Marcus. Um revólver calibre 38 foi apreendido na casa de um deles. Em Julho de 2017, um ano e cinco meses após o assassinato, as investigações sobre a morte de Marcus ainda não haviam sido concluídas. No mesmo mês, a família de Marcus esteve na Bahia num encontro com representantes de autoridades locais de 11 instituições do meio jurídico, legislativo, acadêmico, sindical e da sociedade civil organizada, e cobrou mais agilidade nas investigações. Na ocasião foi criado um grupo de acompanhamento permanente do caso, formado por entidades da Psicologia e de defesa de direitos humanos.
A psicóloga Carla França destaca: “Além de colega de profissão, Marcus foi um símbolo do compromisso social da Psicologia. Nossa luta não é apenas para apurar sua morte, mas um esforço em nome de todas as pessoas que lutam por direitos e estão sendo mortas no país.”