Sebastião Pereira dos Santos, de 39 anos, era integrante do acampamento Jhone Santos de Oliveira, da Liga dos Camponeses Pobres (LCP), em Ji-Paraná, no estado de Rondônia. O defensor do direito à terra lutava pela desapropriação da fazenda Amarilina, juntamente com outras famílias de trabalhadores rurais.
Rondônia é o estado em que mais mortes ligadas à luta pela terra se têm verificado no Brasil. De acordo com a LCP, a polícia militar tem servido, na área, como segurança privada dos latifundiários. A Liga denuncia, também, a paralisação da reforma agrária no país, o aumento da concentração de terras e a crescente repressão contra trabalhadores rurais ligados à defesa do direito à terra.
No dia 27 de Setembro de 2016, Sebastião foi vítima de um ataque com uma arma de fogo à porta de sua casa, no município de Vale do Paraíso. O camponês foi atingido seis vezes e, apesar de ter sido socorrido e transportado para uma unidade hospitalar em Ji-Paraná, acabou por não resistir aos ferimentos e falecer na manhã de dia 28.
A esposa, que testemunhou o ataque, afirma que o criminoso que disparou contra Sebastião terá proferido as palavras “Nós avisámos que iríamos matar de um a um”.
Sebastião Pereira dos Santos havia já recebido ameaças de morte e nem por isso conseguiu escapar ao triste fado que parece estar escrito para muitos daqueles que, no Brasil, têm persistido na luta contra a corrupção e na defesa dos mais vulneráveis.
É um defensor a ser relembrado pela luta incessante pela terra que não terá morrido com ele.