No final da tarde de 23 de Janeiro de 2016, Valdiro Chagas de Moura, também conhecido como Galo Cego, 35, foi brutalmente assassinado no Setor 5, em Jaru – Rondônia. Na mesma oportunidade, Enilson Ribeiro dos Santos também foi assassinado. Valdiro era casado e o casal tem uma filha. Valdiro era líder do Assentamento Paulo Justino e membro da Liga dos Camponeses Pobres. A sua morte teria sido encomendada pelo pretenso proprietário da fazenda Santo Antônio, local em que se encontra o Assentamento. O grupo reivindica reforma agrária da área para famílias sem-terra.
O conflito na região, de acordo com a Liga dos Camponeses Pobres, se intensificou em Novembro de 2015, quando camponeses do Assentamento Paulo Justino foram agredidos e despejados por oito pistoleiros fortemente armados. Contínuas ameaças e agressões ocorreram, e os camponeses denunciaram que o pretenso proprietário da fazenda Santo Antônio ameaça diversos líderes e sempre menciona que não vai perder a fazenda.
O assassinato de Valdiro teria como responsáveis dois homens armados em uma motocicleta. Valdiro e Enilson também estavam numa motocicleta quando os criminosos se aproximaram e efetuaram, primeiramente, disparos de arma de fogo contra Valdiro. Enilson teria saído correndo pela Rua Rio Grande do Sul, mas foi perseguido e também foi atingido por tiros. Ambas as vítimas, depois de caídos no chão, ainda foram atingidos por pedradas. Em Março de 2017, Marcelo Vicente Celestino e Gilson Oliveira dos Santos, presos pela prática de outro assassinato, foram indicados por uma testemunha como os responsáveis pelos assassinatos de Valdiro e Enilson. O crime repercutiu na cidade de Jaru devido à brutalidade como as vítimas foram executadas. Marcelo e Gilson teriam confessado o crime a uma testemunha. A testemunha teria inclusive visto fotos selfies tiradas pelos assassinos ao lado das vítimas depois de executadas. A polícia ainda não conseguiu localizar tais fotos, que podem servir como provas de autoria do crime.